sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Medidas de austeridade levam Portugal a nova recessão em 2011


A economia portuguesa vai voltar a recuar no próximo ano, segundo as previsões do FMI. A recessão vai atingir 1,4% e o número de desempregados vai continuar a aumentar.
Portugal não tem escolha: o corte no défice é mesmo para fazer já e a consequência será o regresso à recessão. Se as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo para o Orçamento do Estado para 2011 chegarem ao terreno, a economia vai recuar 1,4%, avisou ontem o FMI, na apresentação do World Economic Outlook.
Perante uma sala cheia de jornalistas dos quatro cantos do mundo, Jörg Decressin, director assistente do departamento de research do FMI, explicou que as medidas de consolidação orçamental anunciadas mais por José Sócrates - como o corte de salários da função pública ou o novo aumento do IVA para 23% - ainda não foram consideradas nas estimativas inscritas no relatório. É por isso que o documento ainda diz que no próximo ano a economia portuguesa vai estagnar.
"Mas se introduzirmos as medidas, a economia entrará em recessão, prevendo-se uma queda de 1,4% do PIB", concretizou o director. É que a estratégia anunciada terá "um efeito grande", uma vez que representa "cerca de 3% do PIB português", adiantou. Portugal ficará assim em contra-ciclo com a zona euro (que deverá crescer 1,5%) e apenas acompanhado pela Grécia na má performance (que deverá contrair 2,6%).
Ainda assim, e ao contrário do que acontece com outros países europeus, Portugal não tem outra opção. É certo que Olivier Blanchard, director do departamento de ‘research' do FMI, defendeu que "os governos devem revisitar os seus planos de consolidação orçamental se o crescimento se revelar mais fraco do que o previsto", mas no caso de Portugal o conselho não se aplica. "Portugal está sob muita pressão e por isso aplaudimos a decisão do Governo", explicou Jörg Decressin.

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